CIDADANIA DIGITAL

O Ponto de Cultura Ypuarana realiza ações de cidadania e cultura digital, através de projetos e oficinas de produção cultural, audiovisual, artes integradas e cultura popular.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FIC Augusto dos Anjos



“FABULAE ET LEGERE”:




Paraiba, fic-quei com a cara de Arciboldo/E não teve chá de boldo que fizesse des-ficar!” Quem dera ter o talento dos “catolederochentes”, seria entendido na primeira linha, mas, meu verso é amargo como a violeta que se me botaram na boqueira... e eu era menino, nem falava tanto assim!

Explico: é que quando o espírito sangra não há artista que faça o céu azular. Acho que ainda não expliquei nada, então vamos ao didático era uma vez...

O FIC – Lei Augusto dos Anjos conseguiu tornar-se tão imemorial, fantasioso e gloriosamente metafórico quanto os poemas de seu ilustre patrono.

De um instrumento legal, capaz de fazer mover a produção cultural da Paraíba, tornou-se uma glosa anônima que mistura pilhéria com açoite e cuja ação nefasta assobia como fantasma ainda sem nome.

Filho destronador do Procult (2002), a lei, nas suas primeiras edições fez chover um festival de trocadilhos no meio cultural, sobretudo na capital: “fic de fora”, “fic de dentro”, “fic esperando” etc, etc... Devido à visão turva e imaturidade dos artistas e do estado na condução da então nova forma de construir uma política cultural; recentemente adquiriu o status de caduca ante as irmãs congênitas país afora– pelo menos na intenção de promoção ao incentivo –. Para se ter uma ideia, o montante de recursos destinados pela prefeitura de João pessoa faz da lei paraibana uma formiga sem antenas que confunde a eletroquímica do açúcar com a da cal. E, Infelizmente terá que levar o minério branco até o formigueiro para descobrir que mesmo branco o gato se confunde com a lebre. E que gato, eh! Que digam os proponentes do último edital, de 2008.

Por fim, a Lei da democracia cultural na Paraíba é hoje bicho-de-sete-cabeças que nem mesmo Merlin com sua magia descobriria seu rabo.

Porém, as contorções e experimentos a contragosto do alto clero do aprendiz de mago Natanael (secretário executivo do FIC), parecem ter conseguido pegar o pau, mas a cobra, que é bom, se escorreu para debaixo dos birôs do primeiro escalão. Pois não é que o danado ao invés de matar a cobra, já que tinha o pau, fez o pinto sobreviver! Agora eu explico: quando eu era menino, corria na boca solta do povo que quando um passarinho ou pinto estava prá morrer, gógo bastava colocá-lo debaixo de uma lata e bater, bater, aí quando a lata fosse tirada o pinto saia zonzo, mas vivo, digo re-vigorado.

Creio que os aditivos, termo técnico-administrativo para as batidas na lada da moribunda lei , poderão ter deixado zonzo o edital de 2008, pelo menos conheço um proponente que fez cinco, será? Particularmente, faço votos pra zonzisse, caso contrário, meu senso citadino sugerirá – aos proponentes e aos concidadãos paraibanos -  uma intervenção para cumprimento e/ou danos que o Estado da Paraíba causou à Cultura, à lei e aos proponentes.

Mas, “apesar de você, amanhã será outro dia!” E assim, nesta quinta-feira, 03 de fevereiro, estaremos em audiência com o artista e secretário de Cultura da Paraíba, Chico César, para apresentar, data vênia, nossos protestos e quiçá nossos aplausos, sobre como fic-ará a cultura na Paraíba e, saber como os eixos da esperada secretaria alocará a problemática lei e seus pátrias, digo proponentes, de ontem, de hoje e, de amanhã. Além disso, indagar sobre os processos e calendário de repasses aos Pontos de Cultura em parceria com o Estado e o Minc – Ministério da Cultura, também de 2008.

Ou se haverá algum tsunami que desalojará a lei sob os papéis, ainda virtuais, da Secretaria de Cultura da Paraíba no cenário do SNC, ou se algum mosqueteiro (pode ser político viu!) terá a honra de desabotoar a fronha mofada, cheia de vermes a qual se deita a Lei de Incentivo à Cultura na/da Paraíba.

Moral:

Depois da história sempre tem uma moral né, então lá vai:

Ao composório do maior vate em verso desta “terra difícil de navegar”, o FIC – Lei Augusto dos Anjos está bem ambientado com o temário, enquanto figura de linguagem de algo mesmo podre, cheio de vermes, morto bem debaixo de um tamarineiro vigiado por artistas repetitivos, políticos alheios e comunidade besuntada e órfã.



SIGNATÁRIOS RECÍPROCOS:

- PYC – Ponto de Cultura Ypuarana: CIDADANIA DIGITAL
- Hipólito Lucena, Produtor Cultural, ex-membro da CTAP do Fic (2004 -2009)
- Nivaldo Rodrigues, Pesquisador, produtor e ativista Cultural, Membro da CTAP do FIC.




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